FTP divulga Projeto Tóquio 2020 e parceria com a Santa Casa da Misericórdia
Vasco Rodrigues, presidente da Federação Triatlo de Portugal, apresentou hoje num brunch descontraído o projeto Tóquio 2020. «Tenho a sorte de ser presidente de uma federação com atletas muito focados nos seus objetivos», afirmou.
Fotos revista Triatl3ta
Apesar de o período de qualificação ter iniciado há pouco tempo, os triatletas encontram-se muito empenhados em obter o apuramento, tudo fazendo para treinar com qualidade. «Temos boas hipóteses de nos qualificarmos a nível individual e a nível da estafeta mista, a modalidade olímpica cuja estreia está marcada para os Jogos de Tóquio 2020, podendo haver mudanças no panorama competitivo e até mesmo na disputa pelas medalhas. Esta estafeta é composta por quatro triatletas, duas mulheres e dois homens, e cada um dos elementos terá que fazer um triatlo na distância de super sprint», continua Vasco Rodrigues.
As estafetas mistas são realizadas num formato muito atrativo para quem assiste porque é uma competição muito rápida (cada elemento pode fazer a prova em cerca de 20 minutos), com o ambiente a mudar constantemente, o que cria um dinamismo muito próprio.
No projeto olímpico estão incluídas as triatletas Melanie Santos, Helena Carvalho e Andreia Ferrum, assim como os triatletas João Silva, João Pereira e Miguel Arraiolos. Apesar de Vanessa Fernandes e Vasco Vilaça não terem podido comparecer a esta apresentação integram também este projeto.
«Uma outra novidade é que vamos ter a possibilidade de ser representados pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos pelo triatleta Filipe Marques, que fez a sua estreia há duas semanas no Campeonato da Europa em Tartu, na Estónia. Um atleta jovem e com muito potencial que acreditamos poder já estar presente nos próximos Jogos. Estamos muito bem encaminhados com este atleta e com todos os triatletas que, entretanto, se juntaram, pelo que estamos confiantes no resultado».
O presidente da Federação de Triatlo conclui: «Queremos por isso garantir as melhores condições para que estes triatletas possam estar em Tóquio 2020 e vou por isso encerrar com um agradecimento ao Comité Olímpico de Portugal na pessoa do seu presidente Dr. José Manuel Constantino que aqui se encontra presente e que tem constituído um apoio fundamental na preparação dos triatletas».
O presidente da Federação de Triatlo de Portugal anunciou ainda a nova parceria com os Jogos Santa Casa, uma marca que muito tem apoiado o desporto, sendo por isso uma mais valia como o principal patrocinador da FTP e das Seleções Nacionais Seniores.
A visão do presidente do Comité Olímpico de Portugal
O presidente do Comité Olímpico de Portugal afirma «não são só os triatletas que têm que estar em alto rendimento».
Segundo o Dr. José Manuel Constantino «estes atletas habituaram-nos a bons resultados e é por isso com elevada espetativa que encaramos este projeto. Não só pela representação individual, mas na nova prova de estafeta que sabemos constituir um objetivo atingível. E temos que ter consciência que, sendo os atletas o filamento terminal de uma cadeia de valor, não podem ser só eles a estar no máximo: todos nós temos que estar envolvidos nesta missão com espírito de alto rendimento, a Federação de Triatlo, o Comité Olímpico de Portugal e todos os que estejam por trás dos atletas, porque isso irá contribuir para que eles possam fazer o seu trabalho. Desejo as melhores felicidades para os triatletas, que acabam por ser também as minhas e as da Federação», conclui o presidente do COP.
Perspetivas dos triatletas para Tóquio 2020
Estiveram presentes sete triatletas, entre três femininas e três masculinos e um triatleta do paratriatlo. Destes, três elementos masculinos têm experiência olímpica, o que pode trazer alguma vantagem.
Helena Carvalho, uma triatleta conhecida pela sua natação rápida, afirma: «Ainda estou a começar a sério, não tenho experiência, mas vamos ver como corre a nível individual. Também gostava de poder ajudar na estafeta, estou com esperança neste período de qualificação».
Filipe Marques, que se estreou recentemente em competições internacionais de paratriatlo, partilha: «Os meus objetivos são chegar aos jogos e depois fazer o melhor resultado possível, mas não tenho ainda noção do que pode acontecer. Mas é certo que agora existe ainda maior empenho com a perspetiva desta competição: estar aqui é uma motivação que nós ganhamos e pela qual ganhamos mais força para tentar alcançar os nossos objetivos».
Para Andreia Ferrum o seu objetivo é uma melhoria de forma gradual: «Ainda não tenho muita experiência em provas de nível internacional elevado, mas vamos ganhando aos poucos e claro que estar presente nos Jogos é uma motivação extra. O objetivo, apesar de difícil, é alcançável, por isso vamos tentar a qualificação».
O triatleta olímpico Miguel Arraiolos pensa que ainda é cedo para falar de expetativas para os Jogos, mas comenta a sua experiência na qualificação em 2016.«Começou agora o apuramento olímpico, mas já passei anteriormente por uma qualificação, já sei para onde vou e o que eu e o meu treinador (Lino Barruncho) temos que desenvolver para atingirmos os nossos objetivos. Só nos interessa trabalhar no foco daquilo que pretendemos alcançar. Falta muito tempo ainda, muitas provas por participar, mas estamos motivados para lutar e é isso que vamos fazer. O último apuramento em 2016 foi um sonho e só o facto de estar nos Jogos Olímpicos me realizava. Agora passou de sonho para objetivo, vou fazer a qualificação da melhor forma possível, e ter objetivos para a competição quando lá chegar.
Este processo para mim realiza-se por etapas: primeiro a qualificação que por si só é difícil, depois atingir os objetivos e finalmente quando chegarmos aos jogos darmos o nosso melhor»!
A melhor triatleta da atualidade Melanie Santos desabafa: «Falta tanto tempo! Sinceramente para os jogos não tenho perspetivas, só quando sair a lista das mulheres qualificadas é que vou pensar nas finalidades em prova. Eu e o Lino Barruncho temos objetivos para a competição em Tóquio 2020, mas pretendemos o apuramento até 2019 para prosseguir no segundo ano com um percurso mais tranquilo de preparação para a prova dos Jogos em Tóquio 2020».
João Silva, que em 2012 conseguiu classificar-se em 9º lugar, comenta: «Caso consiga qualificar-me será a minha terceira participação. Fiquei em 9º nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 e acreditava que era possível melhorar no Rio de Janeiro em 2016, mas tive alguns problemas no ciclismo, o que me impediu a performance que desejava. Apesar de tudo, o triatlo é uma prova dinâmica onde existem muitas variantes; na minha perspetiva, o mais importante é focarmo-nos em controlar aquelas situações que estão ao nosso alcance. Mas claro que pretendo superar aquilo que já fiz»!
Para João Pereira, o triatleta que fez um 5º lugar nos Jogos Olímpico do Rio de Janeiro em 2016, alcançando o melhor resultado de sempre do triatlo esclarece: «Este período de qualificação não está a correr como planeei há um ano, mas não estou minimamente assustado, se a qualificação fosse um problema todos os meus objetivos estavam desnivelados da realidade. Claro que tive que alterar os meus objetivos para esta época. Agora vou fazer um bom ciclo de treino para me preparar para a WTS de Monreal dia 25 de agosto e depois vou continuar o ciclo de treino para ir em setembro à final na Gold Coast, mantendo esse trabalho para terminar a época da melhor forma». João Pereira que tem tido uma época menos feliz por causa de uma pubalgia continua: «Eu trabalho sempre para melhorar, o que sinto ao dia de hoje é que difícil melhorar um 5º lugar, que é uma classificação muito boa; mas claro que acredito que posso melhorar, continuo a lutar pelos meus sonhos e pelos meus objetivos»!
Nesta divulgação do Projeto Tóquio 2020, além dos jornalistas e dos atletas, estiveram presentes os treinadores, que são os responsáveis pelo enquadramento do treino técnico dos triatletas e que mostraram todo o seu empenho na conquista de resultados.