O trio nacional que está há cerca de um mês em digressão competitiva pela Austrália e Nova Zelândia, composto por João Pereira, Miguel Arraiolos e Melanie Santos vai novamente entrar em acção para mais uma etapa da WTS, desta feita, na Gold Coast australiana, por volta da meia-noite de sexta-feira.
É o regresso à acção de João Pereira, que depois de ter conseguido um excelente terceiro lugar na prova da Taça do Mundo de Mooloolaba, também na Austrália, preferiu não competir em New Plymouth (Nova Zelândia) para outra etapa de Taça do Mundo e vai agora tentar a sua sorte na segunda etapa do WTS.
Apostas estratégicas de um atleta que ocupa o sétimo lugar do “ranking” de qualificação olímpica e está matematicamente garantido para aquela que é, sem sombra de dúvida, a mais importante prova do ano, o triatlo olímpico do Rio de Janeiro.
Estratégia semelhante à de João Silva, o outro português com presença garantida nos Jogos cariocas (20º no “ranking”) e que depois de ter conseguido o bronze na primeira etapa de WTS da temporada, em Abu Dhabi, no início de Março, só volta a competir na etapa WTS da África do Sul, na cidade do Cabo, a 23 de Abril.
Quanto a Miguel Arraiolos e Melanie Santos, estes estão mais pressionados na corrida aos pontos e têm competido “non stop”, com Melanie a destacar-se na última etapa da Taça do Mundo, em New Plymouth, com um 17º lugar que alimenta esperanças para uma presença olímpica. Algo que, a confirmar-se para a jovem de 20 anos, tal como para Miguel Arraiolos, se traduziria em sucesso inédito para o triatlo nacional, que nunca conseguiu ter quatro atletas nos Jogos Olímpicos.
Miguel Arraiolos que em New Plymouth admitiu não ter conseguido “dar o salto” classificativo de que anda à procura nesta digressão pelos antípodas — com base de treino em Noosa, na Austrália.
A verdade é que Miguel Arraiolos terá, com os seus parceiros de treino, João Pereira e Melanie Santos, uma tarefa complicada face às start lists “carregadas” das provas de elite masculina e feminina.
Nos homens, sobressai o regresso dos irmãos Jonathan e Alistair Brownlee, dois dos melhores triatletas do Mundo e que se estreiam competitivamente na prova australiana. Dois ingleses que já conquistaram o Mundial e, no caso de Alistair, o ouro olímpico, são duas aquisições de peso a uma start list que também conta com o espanhol Mário Mola ou o sul-africano Richard Murray, os dois nomes que têm dominado este início de temporada internacional.
De salientar que no caso dos irmãos Brownlee, a “ameaça” é ainda maior pelo jogo de equipa que habitualmente colocam em jogo com eficácia notável.
Nas mulheres, Melanie terá também companhia de luxo, com a campeoníssima norte-americana Gwen Jorgensen, que vem de uma vitória em New Plymouth, a australiana Ashleigh Gentle, ou as inglesas Jodie Stimpson e Helen Jenkins, por exemplo.
Desafios de peso para os portugueses, com objectivos distintos, já que João Pereira lutará por um lugar no grupo da frente e Miguel e Melanie, teoricamente, tentarão amealhar pontos vitais para o apuramento olímpico.
Uma coisa é certa: o espectáculo está garantido.